Tardio - João Pestana, Lawless

Complicado, parece que cada vez me vou deitar mais tarde

Perco-me na conversa com as ruelas da cidade

Ela tão singela sabe a necessidade

De encontrar a coisa a coisa errada para que a certa seja facto

Disperso a rodar com a bruma

Selecta neste pacto

Disperso para local diverso já que abomino o contrato

A chegar mais tarde sempre foi inato

Parado nalgum beco a deixar tudo bem pensado

Não é tarde, minutos são casuais

Há tempo para partir instrumentais

Levar na tromba e chorar por mais

Virar a face aos canibais

Dar o corpo ao manifesto por lições leais

Assunto tenso

Na reflexão final acho que nem cheguei a tempo

Mas nem por isso lamento

Demoras leva o vento, eu só quero chegar rasteiro

Entrar discretamente, leve suave mas inteiro

Nem 1º nem 2º, sou um cidadão do mundo

Só compete com o que remete ao seu próprio assunto

Só eu e as paredes sabemos o que lhes dar no fundo

É legado, em lugar nenhum, sem ligar nenhuma

Vou na rota cénica sem dobrar a coluna

Deixo a pressa para quem tem esperança de vir partir a sua

Nos desejos rapidez é a tardança que atua

Por isso vai esperando mais vale tarde do que nunca